“Resumo” do velejo top da trip!
Vento na medida pro meu equipamento (wing X-15), uns 15 nós, talvez. Só sei que tava perfeito.
No dia anterior havíamos passado o dia na Antunina (praia de Antunes) e queria levar a turma pra lá velejando porque o mar lá na frente é um esquema diferente do que era na frente da nossa pousada.
Quem tava no mar eu chamei, mas só o Pedro (de kite foil) foi comigo até lá. Dá uns 7/8 km de um través orçado começando dos recifes lá de fora. Já na ida o velejo estava animal, com o mar verdinho e o vento firme. De vez em quando acelerava, depois seguia só relaxando. Uma vantagem do foil pra quilha é essa, você descansa andando bem no foil enquanto na quilha, a prancha iria acabar boiando nessas horas. Uma hora espetava na orça, na outra descia soltando.
Chegando lá, a barreira de coral fica mais perto da praia, então não dá “tempo” de marolar e mexer o fundo. O resultado é que a água fica muito transparente. É demais velejar nessa condição.
O único detalhe é que tb é mais raso. Como eu tinha velejado lá na véspera, vi que dava, mas, também nesse dia, peguei uma Start do André e fui acompanhar a Dani na canoa até lá no meio. Descemos pra “dar um mergulho” e a água estava no joelho. Então tem que ficar esperto.
Mas acontece que não ficamos tão espertos assim e fomos passando por alguns trechos bem rasinhos. O foil tem essa outra vantagem, apesar ter 1m de "calado", quando está voando dá pra “regular” o quanto a asa vai ficar da superfície da água e, acredite, com vento constante e mar liso daquele jeito, é bem tranquilo andar com a asa quase pra sair da água e, por mais paradoxal que pareça, velejar com centímetros de profundidade (só não pode descer, claro).
Teve uma hora que o Pedro desceu pra conferir e a água tava na bermuda! Continuei por mais cerca de 1 km até a areia do fundo parecer um pouco mais longe pra entrar no jibe. A volta foi já no caminho conhecido e sem medo de dar zica, foi ainda mais divertido e contemplativo.
Agora era só descer arribando pra praia da pousada, mas....achei um passe entre os corais pra atravessar pro marzão e fomos lá pra fora brincar nas ondas. Taí outra coisa que pode parecer complicado, mas o comportamento do foil nas ondas é, de certa forma, até bem mais fácil e confortável que a prancha com quilha. A prancha sobe e desce as vagas e não é tão difícil regular a altura pra não bater nos “chops” orçando. A "mola" tá nas pernas, então a prancha continua indo suave
Entre uma onda e outra fica mais liso pra jibear e descendo é simplesmente sensacional. Eu nunca tinha surfado com wing. Tive algumas experiências de windfoil, que já tinham sido animais, mas brincar com (e principalmente sem) o wing é alucinante. Teve uma descida lá que eu contei 23 segundos com o wing no neutro só surfando! Legal demais! Aí entrava de novo no abrigado, jibe, e sobe orçando lá pro meião do mar pra descer surfando de novo. Eu ficaria lá a tarde toda, mas vi o Pedro descendo de volta “pra casa” e resolvi arribar também.
Tava começando a ir quando olhei pra barla e vi o André vindo de kite (sem foil) lá da Antunina. “Vamo ali pra eu te mostrar um lugar”. Fui seguindo o bicho por um caminho que eu nunca escolheria ir. De vez em quando ele gritava pra eu subir o foil e lá ia eu lá pra cima. Só que em vez de areia era coral lá no meio. Andamos nesse sobe e desce por bons kms. Um azul que só tinha visto em Noronha, com o contraste de corredores de areia branca e os corais. Demais!! Antes de voltar pra frente da pousada, outro passe nos recifes e mais uma sessão de surf. O Pedro apareceu de novo nessa hora.
Descemos até a praia e continuei, sei lá, por mais um 40 minutos. No fim foram quase 5 horas de velejo nessas condições aí. Do liso igual vidro às ondas oceânicas. Não dá pra saber o que é melhor, mas dá pra entender o privilégio que é ser velejador pra passar por isso!